Em novembro de 2013 participei de um encontro e muito se falou nas infâncias das crianças que frequentam instituições de Educação Infantil. Em meio a tudo que foi dito, uma frase, em especial, fez-me viajar. A principal palestrante do encontro disse: "Se eu fosse prefeito, iria ..."
Pensei que um prefeito não desceria tanto à terra nas questões que pedem revisão quanto à qualidade dos espaços nas instituições que atendem as crianças de zero a cinco anos. Por outro lado, comecei a exercitar a frase ouvida como Chefe do poder Executivo, munido de recursos e conhecimento sobre a importância dos ambientes nas instituições de educação infantil e poderia, a exemplo das crianças, brincar de faz-de-conta, assumindo um personagem, que, na realidade, não tenho condições de protagonizar.
Tenho o apoio de Léa Tiriba, consultora do Ministério da Educação, num dos textos de suporte para implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, de título "Crianças da natureza", que nos mostra a importância das crianças terem oportunidade de contato com a natureza e outras providências e que, se eu fosse o prefeito, gostaria de saber que as crianças de meu município desfrutam. Já sabemos que a implantação das Diretrizes Curriculares representa um desafio para os municípios. Tiriba resume:
Como profissional da educação infantil, por viver, conviver e sentir essa realidade, vou brincar de ser prefeito por alguns minutos.
Tenho o apoio de Léa Tiriba, consultora do Ministério da Educação, num dos textos de suporte para implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, de título "Crianças da natureza", que nos mostra a importância das crianças terem oportunidade de contato com a natureza e outras providências e que, se eu fosse o prefeito, gostaria de saber que as crianças de meu município desfrutam. Já sabemos que a implantação das Diretrizes Curriculares representa um desafio para os municípios. Tiriba resume:
Em 1988, quando foi aprovada a atual Constituição Brasileira, a educação
infantil passou a ser um direito das crianças. Mas, se elas chegam às IEI aos 4
meses e saem aos 5 anos; se, até os dois anos frequentam raramente o pátio, e, a
partir desta idade, adquirem o direito de permanecer por apenas uma ou duas
horas ao ar livre, brincando sobre cimento, brita ou grama sintética; se as janelas
da sala onde permanecem o restante do tempo não permitem a visão do mundo
exterior; se assim os dias se sucedem, essas crianças não conhecem a liberdade...
o que foi conquistado como direito, em realidade se constitui como prisão.
Como profissional da educação infantil, por viver, conviver e sentir essa realidade, vou brincar de ser prefeito por alguns minutos.
Retiraria, ainda neste mês de janeiro, antes que as crianças todas chegassem aos Centros de Educação Infantil, toda a brita dos parques e das áreas onde as crianças costumam brincar. Mandaria colocar terra e em algumas áreas mandaria cobrir com uma fina camada de areia. As crianças amam mexer na terra e na areia. Fariam muitas brincadeiras, inventariam mil coisas com baldes, pás e outros objetos que se poderiam dispor a elas.
Se eu fosse prefeito...
Mandaria arborizar em ritmo de urgência todos os parques e pátios dos Centros de Educação Infantil e cobriria grandes extensões com grama, pois as crianças precisam das árvores para viver e criar situações em contato com a natureza.
Se eu fosse prefeito...
Equiparia com brinquedos todos os parques dos Centros de Educação Infantil e faria reformas nos que estão sem o colorido das tintas fortes, pois as crianças devem se utilizar do parque mais do que qualquer outro espaço pelas oportunidades que oferece em viver e produzir culturas infantis.
Se eu fosse prefeito...
Mandaria construir casinhas de brinquedo em todos os Centros de Educação Infantil para que recebessem móveis de brinquedo feitos com material reciclado a partir das mãos de crianças e professoras.
Estabeleceria recursos financeiros suficientes para que as gestoras e equipes dos Centros de Educação Infantil organizassem áreas de circulação comum com móveis, bancos coloridos para adultos e crianças, prateleiras com livros e brinquedos, onde pais e mães pudessem se demorar na entrada ou na saída com seus filhos e filhas a brincar.
Se eu fosse prefeito...
Interferiria nos projetos arquitetônicos dos Centros de Educação Infantil descendo janelas à altura das crianças para não esconder delas a visualização do mundo lá fora ...
Instituiria, em negociação com as empresas locais e em respeito às crianças e suas famílias, a primeira semana de inserção das crianças nos Centros com a maior flexibilidade de horário de trabalho possível. Assim, pais, mães e familiares poderiam se demorar pela manhã ou pela tarde com seus filhos e filhas, a conversar e a participar de reuniões e atividades organizados pelos Centros. Isto é pensar no futuro das crianças: fazer hoje!
Se eu fosse prefeito...
Recomendaria e apoiaria mais horas de formação em serviço para os profissionais dos Centros de Educação Infantil, para que, sobretudo, houvesse oportunidade de, regularmente, planejar e avaliar ações coletivas para a educação dos adultos e das crianças.
Se eu fosse prefeito e se não houvesse recursos para as providências mais urgentes e respeitosas para com as crianças, eu perderia a paz e o sono.
Se eu fosse prefeito e se não houvesse recursos para as providências mais urgentes e respeitosas para com as crianças, eu perderia a paz e o sono.
A criança brinca e brinca de faz de conta. Às vezes para lidar com conflitos e situações difíceis; outras vezes pelo prazer que dá sonhar. Eu também!
* Ao conhecer a vida e a obra de Portinari, autor dos quadros que estão distribuídos neste texto. encantei-me porque tudo que ele criou, buscou nas vivências e nas experiências de sua infância.
* Ao conhecer a vida e a obra de Portinari, autor dos quadros que estão distribuídos neste texto. encantei-me porque tudo que ele criou, buscou nas vivências e nas experiências de sua infância.
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